S.A.R.E.L

O que é SAREL? Serviço de Análise e Acompanhamento das Relações de Trabalho do Ministério da Saúde.

Art. 37 - Ao Serviço de Análise e Acompanhamento das Relações de Trabalho compete:
I - desenvolver ações de análise e acompanhamento das relações de trabalho, incentivando a gestão participativa de maneira humanizada;II - providenciar a lotação, preferencialmente, de servidores por compatibilização de perfil em consonância com o interesse do Ministério da Saúde;III - atuar nos processos de readaptação, reversão, recondução e reintegração dos servidores do Ministério da Saúde, promovendo o retorno do servidor à atividade; IV - proceder a escuta qualificada e o apoio psicossocial aos servidores no que tange às relações de trabalho, acompanhando as demandas e realizando os encaminhamentos necessários;V - realizar ações voltadas à mediação de conflitos no contexto laboral, através de recomendações e execução de atividades que visem proporcionar o equilíbrio e a compatibilidade entre o bem-estar dos servidores e a efetividade organizacional; eVI - acompanhar os processos de adequação dos espaços de trabalho dos servidores com deficiência ou envolvidos em casos complexos de saúde, promovendo maior inclusão na vivência laboral.
 Fonte: Regimento do Ministério da Saúde

Vinculado à Secretaria Executiva do Ministério da Saúde é responsável por alocar o servidor após esse ser colocado à disposição dos Recursos Humanos. Quando a gente estuda para concurso, a gente morre de medo do reintegrado e morre de medo do estágio probatório, mas a gente desconhece a possibilidade de ser colocado à disposição do RH. O que é esse estado? Esse estado é ocasionado quando a sua chefia imediata decide que você não deve mais ficar no setor e deve procurar um outro setor para trabalhar. E quem vai te "auxiliar" no processo de realocação no Ministério da Saúde é o Sarel. Vou contar algumas inquietações sobre minhas interações com esse setor que não tem sido boas e tem algumas inquietações raciais, porque né mores o racismo é estrutural.



Sendo o racismo estrutural, não há estrutura que não esteja permeada por ele. E numa seção formada somente por sujeitos brancos há uma grande dificuldade de construir empatia que é necessária para atender uma pessoa negra.

Primeiro, porque eu fui parar no Sarel. A primeira vez esse ano que fui parar no Sarel foi por uma discussão numa semana bem difícil. Difícil como: assassinato de um primo e entrega do texto da dissertação para a banca. Eu falei mais alto, a branca saiu chorando, tiveram dó dela eu fiquei como o demônio na garrafa a ser enjaulado e empaulado. A forma mais severa de punir o servidor é colocar a disposição quando ele gosta da atividade e mantê-lo quando ele não gosta. E assim saí da Saúde da População Negra onde desenvolvi muitas atividades e onde posso falar sem modéstia que desenvolvi um bom trabalho.

O entendimento das atividades do Sarel atualmente é de acolher todas as colocações em disponibilidade sem contestação, a palavra do gestor é lei. Quando atuava na biblioteca fui alvo de muitas atitudes racistas por parte das servidoras da biblioteca. Disfarçando o racismo de posturas técnicas elas atuaram de forma racista e sistemática. Quando eu apontei o racismo delas o Sarel foi chamado, mas não para discutir o racismo e dizer que ele era crime, mas para ver minha "desobediência à hierarquia". Um processo muito violento de não ouvir e validar as minhas queixas. Mas fui vingada em nome de Jesus quando sai da biblioteca direto para um DAS 4 no Ministério da Cultura.


Ainda estou esperando a reviravolta na minha vida profissional após o DAGEP. Mas enquanto isso não acontece vou atendendo aos interesses da "Administração" como um psicólogo deixou bem claro quando no processo de escolha da minha relotação. Existem algumas limitações na relotação do servidor, uma delas é a carreira do servidor, algumas somente permitem o exercício em algumas áreas; outra é o cargo que pode ser abrangente ou restrito, ou pior, o entendimento que se tem do seu cargo é restrito. Essas limitações fazem com que a lista secreta do Sarel de áreas que tem demandas de servidores seja cotejada de forma diferente de acordo com seu perfil pessoal e o perfil profissional. Numa era de LAI ter uma lista secreta desse jeito é um absurdo, quero transparência. Fiquei dois anos numa área que somente me mandava fazer lista de assinantes de uma revista no Excel podendo desempenhar atividades muito mais excitantes de políticas de saúde e sendo útil de verdade enquanto o Sarel mantinha essa lista trancada a sete chaves. Somos servidores lutando contra servidores, um movimento antropofágico.

Ao sair do DAGEP o Sarel se manifestou que eu deveria atender ao interesse da administração em detrimento dos meus próprios interesses e motivações. Aí eu fui parar na Assessoria Parlamentar do Gabinete do Ministro. Pelo nome garboso um ótimo lugar para trabalhar, mas a realidade Gezuis. O trabalho não é ruim, tem até seleção aberta, e tem até um a + para quem ficar. Mas tem o peso de aguentar a monarca que está lá a long time. Essa monarca deixa a televisão ligada alterando entre TV Senado, TV Câmara e Globo News em alto volume. Os outros servidores ficam com seus fones de ouvido lutando para disputar com o alto tom da voz rasgado da monarca e da TV. Ela não cede um cm e eu aprendi isso com uma planilha.

A monarca me disse que meu trabalho é muito bom, mas que eu sou boa demais para a área e me colocou a disposição do RH. No documento disse que eu não me adaptei ao setor, mas nem deu tempo. Em conversa com Sarel a chefia do serviço me disse que acolheu o documento da ASPAR para me poupar de cumprir a determinação de uma resolução que determina a permanência mínima de 3 meses do servidor na área. No momento que ela me disse isso eu me lembrei de algo, mas não sabia o que era. Depois me lembrei.

É a Barbie Savior (ou “Barbie Salvadora”), uma iniciativa muito presente em mulheres brancas e loiras em relação a mulheres negras. Ela quis ser minha salvadora, quando o correto seria fazer monarca cumprir as regras e não fortalecer seu pequeno poder. Ela também analisou que o melhor para mim seria me afastar do trabalho. Esse afastamento deveria ser procurado por minha conta própria em consulta externa sem manifestação formal do Sarel, somente com um pedido ao meu psiquiatra e todo o meu enfrentamento pessoal ao racismo institucional ao serviço de saúde. Essa "Barbie Salvadora" tirou muitas conclusões sobre o que era melhor para mim e me deu muitos conselhos que sinceramente não se encaixam para uma mulher negra, o que foi destaque dos ruins foi: "Dê 10% da sua capacidade e depois deixe que as pessoas te conheçam e você revele aos poucos sua capacidade". Eu não sei em que país a Barbie vive, mas não é no Brasil. Neste país temos que mostrar de cara 110% das nossas capacidades e depois trabalhar a 220 volts, isso de dar 10% é privilégio da branquitude.




Minha Barbie também não entende que o momento que vivo de fragilidade da minha saúde mental é um grande privilégio com relação as mulheres negras, uma exceção e não a regra. Ela me falou algumas coisas de que somos adultas e que temos que ceder nos espaços de trabalho, pareceu uma conversa a ser travada com menina branca privilegiada, que foi bajulada e cuidada pelos pais e que tem toda uma estrutura familiar para lamentar e ter seus white people problems. Eu não sou white people. Não é esse meu lugar de fala, não é desse lugar que eu parto, respeita minha história SAREL. Acho que o Sarel e suas Barbies vão dar muitas inspirações para muitas escritas. E antes que me esqueça, elas precisam da Comunicação Não Violenta, que tá muito feio para um bando de psicobranca.

Comentários

Tina disse…
Excelente!!! A cultura institucional do MS é vergonhosa.
Janice Aliena disse…
Olá! Que trabalho milagroso de grande Amiso, eu sou Benjamin Dan, minha esposa me deixou porque tenho câncer no corpo, então enviei um email para o Dr.Amiso e explico tudo para ele, ele cura a doença e devolve minha esposa de volta para mim. , eu também disse ao meu amigo David, que sua esposa estava se divorciando em três dias, ele também entrou em contato com o Dr.Amiso, reteve e viu sua esposa ligar para o advogado 2 dias antes do terceiro dia de assinar o documento de divórcio e disse que ela era Para não se divorciar do marido novamente, ele deve parar e ler todos os documentos sobre a questão do divórcio, acredite: agora eles estão vivendo felizes como nunca antes. caso você esteja passando por um problema conjugal, entre em contato com Dr.Amiso pelo herbalisthome01@gmail.com