Via Sacra




Parte 1 – Santa Ceia


Comentário: No ano 33 da nossa era, em Jerusalém, a cidade santa do povo hebreu, dominado pelo império romano, no primeiro mês do ano hebraico. No primeiro dia dos pães sem fermento, quando se sacrificava o cordeiro pascal.

Jesus enviou, então, dois de seus discípulos a uma cidade a fim de preparar a ceia. Eles foram e fizeram o que Jesus lhes tinha ordenado. Na mesma noite Jesus se reuniu com seus apóstolos e começaram a celebração da ceia pascal.

Jesus: Tenho desejado ardentemente comer esta páscoa convosco antes de sofrer, pois não mais comerei dela, até que se realize plenamente no reino de Deus (Jesus pega o pão dá graças, parte e dá a seus discípulos, dizendo):
Jesus: Tomai, todos, e comei: isto é o meu Corpo que será entregue por vós".
Jesus: Tomai, todos, e bebei, este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos, para a remissão dos pecados, fazei isto em memória de mim.
(João, o discípulo a quem Jesus amava, reclina sua cabeça no peito de Jesus).
Jesus: Em verdade em verdade vos digo: um de vós há de me trair!
(Os discípulos olham uns para os outros, sem saber de quem Jesus falava e cada um pergunta se é ele o traidor. Jesus o para Judas diz:)
Jesus: O que queres fazer, faze-o depressa
(Judas assustado se retira do meio deles, apressadamente)
Jesus: Agora é glorificado o Filho do Homem, e Deus é glorificado nele. Filhinhos meus, por um pouco ainda estou convosco, mas para onde vou, vós não podeis ir. Eis que eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado, nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.
Pedro: Senhor para onde vais?
Jesus: Para onde vou, não podes seguir-me agora, mas mais tarde me seguirás.
Pedro: Senhor, por que não posso te seguir agora? Darei minha vida por ti!
Jesus: Simão!Escuta bem, Simão, satanás me pediu permissão para vos provar, para vos peneirar, assim como se faz com o trigo. Mas eu tenho orado por ti, para que tua fé não desfaleça. E tu, por tua vez, anima os teus irmãos.
Pedro: Mestre, eu estou pronto para ser preso e para morrer contigo, Senhor.
Jesus: Pois eu te digo, Pedro, hoje, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes.
(Jesus se retira com os discípulos para o monte das oliveiras, como de costume).
Comentarista: Jesus saiu com os seus discípulos para além da torrente de Cedron, onde havia um jardim, no qual entrou com os seus discípulos. Tomou consigo Pedro, Tiago, João e começou a sentir tristeza e angústia.
(O comentarista deve convidar a comunidade para o pátio da igreja onde se dará continuidade a Via Sacra)

Parte 2 – Monte das Oliveiras


Jesus: Minha alma está triste até a morte. Ficai comigo e vigai.
(Jesus colocando o rosto por terra diz)
Jesus: Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Contudo, não seja feita a minha vontade, mas a vossa!
(Jesus voltando-se para os discípulos, encontra-os dormindo, chama Pedro e diz a ele: )
Jesus: Vós não fostes capazes de vigiar nem sequer uma hora comigo? Vigiai e orai para não cairdes em tentação!
(Levantando seus olhos ao céu, disse:)
Jesus: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti;
Assim como lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste.
E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.
Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer.
E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse.
Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra.
Agora já têm conhecido que tudo quanto me deste provém de ti;
Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste.
Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.
E todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e nisso sou glorificado.
E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós.
Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse.
Mas agora vou para ti, e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos.
Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.
Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.
Não são do mundo, como eu do mundo não sou.
Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.
Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.
E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade.
E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim;
Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.
E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um.
Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim.
Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo.
Pai justo, o mundo não te conheceu; mas eu te conheci, e estes conheceram que tu me enviaste a mim.
E eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja.
(Enquanto isso, Judas vai ao templo ter com os sacerdotes para entregar Jesus)
Sumo Sacerdote: Então você é Judas, um dos discípulos de Jesus? Sabe onde ele está?
(Judas confirma com a cabeça)
Sumo Sacerdote: Qual é o seu preço?

Judas: trinta moedas de prata!

(Anás joga um saco com as moedas e acena para os guardas para acompanharem Judas).

(Judas aproximando-se de Jesus diz:)

Judas: Senhor! (Judas beija Jesus)

Jesus: Judas é com um beijo que trais o Filho do Homem?

(Os guardas avançam na direção de Jesus, porém Pedro, desembaiando uma espada corta a orelha de um dos guardas do Sumo Sacerdote chamado Malco)

(Jesus inclinando-se para curar Malco diz a Pedro)

Jesus: Pedro, guarda tua espada! Quem vive pela espada, pela espada morrerá! Será que não vou beber do cálice que meu Pai me deu?

(Os guardas, violentamente, prendem Jesus e o conduz a Anás. Os discípulos abandonam Jesus e fogem. Apenas Pedro e João seguem-no de longe)


Parte 3 – Templo


(Pedro era conhecido do sumo sacerdote e entrou com Jesus no pátio da casa do sumo sacerdote, porém Pedro ficou de fora á porta. Uma empregada que guardava a porta se dirige a Pedro perguntando)
Empregada: Não és acaso também tu um dos discípulos desse homem?
Pedro: Não, não sou!
(Pedro se aproxima dos servos e dos guardas, onde havia uma fogueira acesa devido ao frio)
Guarda: Não és porventura, também tu um dos seus discípulos?
Pedro: Não!
Um dos empregados do sumo sacerdote (parente de Malco): Eu te vi com ele no horto!
Pedro: Não! Não conheço este homem!
(Pedro olha para Jesus e se retira para chorar)
Sumo sacerdote: Ouvi falar que és um rei. De onde é o teu reino?
(Jesus fica calado)
Sumo sacerdote: Responda homem! Quem são teus discípulos? Qual o teu ensinamento? Responda!
Jesus: Eu falei às claras ao mundo. Sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde os judeus se reúnem, e nada falei às escondidas. Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que falei. Eles sabem o que ensinei.
(Um dos guardas do sumo sacerdote se aproxima de Jesus e lhe dá uma bofetada)
Guarda do sumo sacerdote: É assim que respondes ao sumo sacerdote?
Jesus: Se falei mal, mostra-me em que, mas se falei bem, por que me bates?
Sumo sacerdote: Responda-me Jesus de Nazaré. Tu és o Messias, o filho do Deus vivo?
Jesus: Sim! Eu sou! E vós vereis o Filho do Homem, sentado a direita de Deus, descendo com nuvens do céu.
Sumo sacerdote: Isto é uma blasfêmia. Levemos este homem imediatamente para Pilatos.
(Os guardas do sumo sacerdote conduzem Jesus com desprezo e brutalidade)

Parte 4 – Palácio de Pilatos


(Pilatos entra no pátio do palácio, olha para o povo, olha para Jesus e voltando-se para os Judeus pergunta)
Pilatos: Que acusações apresentais contra este homem?
Sumo sacerdote 1: Se este não fosse malfeitor não o teríamos entregue a ti!
Pilatos: Tomai- o vós mesmos e julgai segundo vossa lei
Sumo sacerdote 1: Não! Nós não podemos condenar ninguém à morte!
Pilatos: Morte? O que este homem fez para merecer a morte?
Sumo sacerdote 2: Governador! Ele violou as leis do templo
Sumo sacerdote 2: Ele engana o povo com sua falsa doutrina.
Pilatos: A cinco dias atrás, ele era um profeta em Jerusalém. Hoje vós quereis condená-lo a morte?
Sumo sacerdote 1: Excelência, este homem é líder de uma perigosa seita que o declara Filho de Davi. Ele diz ser o Messias esperado para ser o rei dos judeus.
(Pilatos manda alguns soldados trazerem Jesus ao pretório, e lhe pergunta)
Pilatos: Tu és o rei dos Judeus?
Jesus: Estás dizendo isso por ti mesmo ou outros te disseram isso de mim?
Pilatos: Por acaso sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Eles querem que eu te condene. Que fizeste?
Jesus: O meu reino não é desse mundo. Se meu reino fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que eu não fosse entregue nas mãos dos judeus. Mas o meu reino não é daqui.
Pilatos: Então tu és rei?
Jesus: Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade, todo aquele que é da verdade escuta minha voz.
Pilatos: Verdade? O que é a verdade?
(Falando isso, saiu de novo, foi ter com os judeus e disse-lhes)
Pilatos: Eu não encontro crime algum neste homem!
(O povo começa a provocar tumulto acusando Jesus)
(Pilatos manda os soldados trazerem Barrabás, pede silêncio e diz ao povo)
Pilatos: Existe um costume entre vós que pela páscoa eu vos solte um preso. Pois bem temos aqui dois prisioneiros. Quem pois, vós quereis que eu solte? Barrabás o assassino? Ou Jesus, o rei dos Judeus?
Sumo sacerdote 1: Ele não é o rei dos judeus! Ele é um impostor!
Sumo sacerdote 2: Solte Barrabás!
Povo: Solte Barrabás! Barrabás! Barrabás!
(O povo começa a provocar tumulto novamente. Então Pilatos manda soltar Barrabás)
Pilatos: O que vós quereis que faça com Jesus de Nazaré?
Sumo sacerdote 1: Que seja crucificado!
Povo: Crucifica-o! Crucifica este impostor! Crucifica-o!
Pilatos: Não! Vou mandar castigá-lo!
(Jesus é levado pelos soldados para ser flagelado)
(Música)
(Os soldados trazem Jesus flagelado com uma coroa de espinhos e o manto de púrpura)
Pilatos: Eis que vo-lo trago fora, para que saibais que não encontro nele crime algum.
(Pilatos aponta para Jesus e diz)
Pilatos: Eis o homem!
(Quando os sumos sacerdotes e os guardas o viram, começaram a gritar)
Sumo sacerdote 1: Crucifica-o! Crucifica-o!
Povo: Crucifica-o! Crucifica este impostor! Crucifica-o!
Pilatos: Levai-o vós mesmos e para o crucificar, pois eu não encontro nele crime algum!
Sumo sacerdote 1: Nós temos uma lei, e segundo essa lei ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus.
(Pilatos ficou com medo ao ouvir estas palavras, entrou novamente no pretório e perguntou a Jesus)
Pilatos: De onde és tu?
(Jesus fica calado)
Pilatos: De onde és tu? Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e para te crucificar?
Jesus: Tu não terias autoridade nenhuma sobre mim, se esta não te fosse dada do alto. Por isso, quem me entregou a ti tem pecado maior.
(Pilatos saiu outra vez e disse aos judeus)
Pilatos: Eu não encontro crime neste homem!
Sumo sacerdote 1: Se soltas este homem, não és amigo de César, pois todo aquele que se faz rei declara-se contra César!
Sumo sacerdote 2: Este impostor deve ser crucificado!
Povo: Crucifica este impostor! Fora com ele! Fora com ele! Crucifica-o!
Pilatos: Mas hei de crucificar o vosso rei?
Sumo sacerdote 1: Não temos outro rei senão César!
Povo: Crucifica-o! Crucifica-o! Crucifica-o!
(Pilatos manda pegar água e lava sua mãos diante da multidão)

PAUSA

Parte 5 – Via Sacra


1ª Estação – Jesus é condenado à morte

Comentário: Estava definitivamente concretizado o mais absurdo e abominável processo de julgamento que se tem notícia, jamais igualado em sordidez, em torpeza e na vergonhosa baixeza de seus critérios, envolvendo testemunhas preparadas, com acusações falsas que conduziu à decisão condenatória. Jesus que havia curado doentes, alimentado famintos, ressuscitado mortos, perdoado os pecadores. Jesus humilde, manso, bondoso e misericordioso recebera sentença tão cruel e humilhante.

A morrer crucificado teu Jesus é condenado: Por teus crimes, pecador. Pela Virgem Dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus!

FIM DA PAUSA

Pilatos: Não sou responsável pelo sangue deste homem! Este é um problema vosso!
(Faz um gesto para o comandante mandando que seja feita a vontade dos judeus. Os soldados entregam a cruz, dando-lhe bofetadas e zombando: Salve o rei dos judeus!)

2ª Estação – Jesus toma a cruz nas costas

PAUSA

Comentário: Jesus recebe sobre seus ombros a cruz e se dirige ao calvário ou gólgotha (‘lugar do crânio’ em hebraico). A cruz é um antigo instrumento de suplício, usado para executar os condenados á morte.

Com a cruz é carregado, e do peso acabrunhado, Vai morrer por teu amor.
Pela Virgem Dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus!

FIM DA PAUSA

(Sai a procissão para as ruas. Cantos da paixão são entoados)

3ª Estação – Jesus cai pela primeira vez

PAUSA

Comentário: Ele cai pela primeira vez, batendo com o joelho esquerdo com força no piso rústico, esfolando-o por causa do peso da Cruz. Os soldados que O escoltava, severos e cruéis, com os chicotes forçaram-no a levantar-se e continuar a caminhada. Aceita o cálice das mãos do Pai e quer bebê-lo até o fim e por isso não recorre às suas forças sobre-humanas e nem ao poder dos anjos. Ele aceita as provocações, que parecem anular todo o sentido de submissão, dos sermões pronunciados, dos milagres realizados. Jesus é a humildade suprema.

Pela cruz tão oprimido, cai Jesus desfalecido Pela tua salvação.
Pela Virgem Dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus!

FIM DA PAUSA

(Os soldados batem em Jesus para que este prossiga)


4ª Estação – Jesus encontra sua mãe

PAUSA

Comentário: Maria, a mãe dolorosa, se encontra com seu Filho no caminho da cruz. A cruz é Dele e sua, a humilhação Dele é a sua. Ao presenciar todo aquele sofrimento e aquela brutal tortura que seu querido Filho enfrentava, sentiu uma pungente dor transpassar-lhe o coração. As palavras pronunciadas quando Jesus tinha quarenta dias se cumprem neste momento. Alcançam agora sua plenitude total. E Maria avança, transpassada por esta espada invisível, até o calvário de seu Filho, até seu próprio calvário.

Vê a dor da mãe amada, que se encontra desolada, com seu filho em aflição, com seu filho em aflição.
Pela Virgem Dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus!

FIM DA PAUSA

5ª Estação – Jesus é ajudado por Cirineu

PAUSA

Comentário: Simão de Cirene, chamado a carregar a cruz, não a queria levar certamente. Tiveram que obrigá-lo.Caminhava junto a Cristo sob o mesmo peso. Emprestava-lhe seus ombros quando os do condenado pareciam não pode agüentar mais.

No caminho do calvário, um auxílio é necessário, não lhe nega o Cirineu
Pela Virgem Dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus!

FIM DA PAUSA

6ª Estação – Verônica enxuga o rosto de Jesus

Verônica: Meu Senhor, deixa que esta pobre pecadora te enxugue o rosto

PAUSA

Comentário: A tradição nos fala da Verônica. Talvez ela complete a história de Cirineu. Porque é certo é que ainda que como mulher não carregou fisicamente a cruz e não era obrigada a isso. Levou sem dúvida a cruz com Jesus: levou-a como podia, como era possível fazê-lo e como ditava seu coração: limpando o rosto de Jesus que estava coberto de suor e sangue.

Eis o rosto ensangüentado, por Verônica enxugado,que no pano apareceu
Pela Virgem Dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus!

FIM DA PAUSA

7ª Estação – Jesus cai pela segunda vez

PAUSA

Comentário: Jesus, exausto pelo esforço, cai diante de todo o povo. Cai por vontade do Pai e por vontade própria, para que se cumprisse as escrituras: “Eu sou um verme, não um homem; o opróbrio dos homens e o resto do povo”. As palavras do salmista-profeta encontram sua plena realização nesta cena de Jesus caído no chão.

Outra vez desfalecido, pelas dores abatido. Cai por terra o Salvador.
Pela Virgem Dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus!

FIM DA PAUSA

8ª Estação – Jesus consola as mulheres de Jerusalém

Jesus: Filha de Jerusalém não chorei por mim! Chorai por vós mesmas e por vossos filhos. Porque virão dias em que se dirá: “Felizes as mulheres que não tiveram filhos e os seios que não amamentaram” Se é assim que tratam o tronco verde, que farão com o seco?

PAUSA

Comentário: Jesus diz às filhas de Jerusalém que choram a sua vista: Não chorei por mim! Chorai por vós mesmas e por vossos filhos”. Aquele que mais precisava de consolo se compadece da dor daquelas mulheres e as consola num gesto de amor e compaixão.
Das mulheres que choravam, que fiéis o acompanhavam é Jesus consolador
Pela Virgem Dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus!

FIM DA PAUSA

9ª Estação – Jesus cai pela terceira vez

PAUSA

Comentário: “Humilhou-se, fez-se obediente até a morte, e morte de cruz.” Cada estação dessa via é uma pedra dessa obediência e desse aniquilamento. Captamos o grau desse aniquilamento quando lemos as palavras do profeta: “Todos nós andávamos errantes como ovelhas, seguindo cada um seu caminho, e Javé carregou sobre ele a iniqüidade de todos nós.”

Cai terceira vez prostrado, pelo peso redobrado Dos pecados e da cruz.
Pela Virgem Dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus!

FIM DA PAUSA

10ª Estação – Jesus é despido de suas vestes


PAUSA

Comentário: O corpo de Cristo expressa o amor ao Pai: “Eis que venho! Para fazer, oh Deus, a tua vontade!” “Eu sempre faço ao que é do seu agrado.” Este corpo despido cumpre a vontade do Pai, em cada estremecimento de dor, em cada músculo distendido, em cada rastro de sangue que corre, em todo o cansaço de seus braços, nos hematomas no corpo e nas costas, na terrível dor das feridas. Assim, Jesus encerra em si a imensa dor da humanidade profanada.

(Os soldados que estão perto de Jesus continuam zombando dele)

Das suas vestes despojado, tão chagado e pisado, Eu vos vejo, meu Jesus.
Pela Virgem Dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus!

FIM DA PAUSA

11ª Estação – Jesus é pregado na cruz

PAUSA

Comentário: “Transpassaram minhas mãos e meus pés: posso contar todos os meus ossos, posso contar...” O corpo de Jesus é um resto, um grande resto: as mãos, os pés e cada osso. Todo o homem em máxima tensão: esqueleto, músculo, sistema nervoso, cada órgão, cada célula, tudo em máxima tensão.

Sois por mim na cruz pregado, insultado, blasfemado, Com cegueira e com furor.
Pela Virgem Dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus!

FIM DA PAUSA

(Depois de os soldados crucificarem Jesus, tomaram as suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado. A túnica, porém, toda tecida de alto a baixo, não tina costura. Disseram, pois uns aos outros)

Soldado 1: Não rasguemos a túnica, mas tiremos sorte sobre ela, para ver de quem será.

(Os judeus e os guardas que estavam perto da cruz continuavam a zombar dele dizendo escárnios)

Sumo sacerdote 1: Então! Tu que derrubas o templo e o refazes em três dias, salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!
Sumo sacerdote 2: Salvou a outros e não pode salvar a si mesmo!
Sumo sacerdote 1: Que o Messias, o rei de Israel, desça agora da cruz para que vejamos e creiamos!
Sumo sacerdote 2: Pôs sua confiança em Deus. Se Deus lhe quer bem, que o livre agora, pois ele disse que é o filho de Deus!
Sumo sacerdote 1: Se és filho de Deus, desça da cruz Nazareno!
Sumo sacerdote 2: Faça um milagre, Jesus de Nazaré!

Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem!

Cestas (mal ladrão): Tu não és o Cristo? Então, salva-te a ti mesmo e a nós!
Dimas (bom ladrão): Tu não temes a Deus? Para nós o castigo é justo, estamos pagando por nossos crimes. Mas este não fez mal nenhum! Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino!
Jesus: Eu te asseguro: hoje mesmo estarás comigo no paraíso!

12ª Estação – Jesus morre na cruz

(Os guardas e os judeus se afastam de Jesus , enquanto Maria, João, Maria de Cleofas e Maria Madalena se aproximam dele)

Jesus: Mulher, eis aí teu filho!
Jesus: Filho, eis aí tua mãe!

PAUSA

Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é contigo. Bendita és tu, entre as mulheres. Bendito é o fruto do teu ventre, Jesus, o Senhor. Santa Maria, como em Caná, rogai por nós os pobres de Deus, agora e na hora de nossa morte. Amém (BIS)

FIM DA PAUSA

(Os soldados se aproximam da cruz, João e Maria se afastam)

Jesus: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?
Sumo sacerdote 1: Ele está clamando por Elias! Vamos ver se Elias vem socorrê-lo!
Jesus: Tenho sede!

(Um dos guardas pega uma esponja embebida em vinagre e dá para Jesus)

Jesus: Tudo está consumado (PAUSA)
Jesus: Pai, em tuas mãos entrego meu espírito!

(Jesus inclinando a cabeça, morre)

PAUSA

Comentário: Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! Eis aqui o Homem! Eis aqui o próprio Deus! “Nele vivemos e nos movemos e existimos.” Nestes braços estendidos ao longo do madeiro o mistério da rendenção.

Meu Jesus, por mim morrestes, por meus crimes padecestes, Oh! que grande é minha dor!
Pela Virgem Dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus!

FIM DA PAUSA

(Os soldados vêm e quebram as pernas dos ladrões, que com Jesus foram crucificados. Chegando, porém a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebram as pernas, mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água)

13ª Estação – Jesus é descido da cruz

PAUSA

Comentário: Jesus é tirado da cruz por José de Arimatéia e Nicodemos e colocado nos braços de Maria. A mãe dolorosa, que sempre guardou as coisas de Deus em seu coração, toma seu filho morto nos braços. Ela que havia dito “Faça-se em mim segundo a tua palavra” dá exemplo de obediência a palavra de Deus e fortaleza. No mistério da redenção somos enriquecidos com um dom do alto e ao mesmo tempo somos comprados com o resgate do Filho de Deus. Maria está unida a esse mistério segundo a profecia de Simeão “Uma espada de dor atravessará tua alma para que se descubram os pensamentos de muitos corações.

Do madeiro vos tiraram e à Mãe vos entregaram, Com que dor e compaixão!
Pela Virgem Dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus!

FIM DA PAUSA

14ª Estação – Jesus é sepultado

PAUSA

Comentário: Desde o momento em que o homem, por causa do pecado, se distanciou da árvore da vida, a terra se converteu em um grande cemitério. Nas proximidades do calvário havia uma tumba que pertencia a José de Arimatéia, nela depositaram o corpo de Jesus. Entre todas as tumbas espalhadas pelos continentes, há uma na qual o Filho de Deus, o Homem Jesus Cristo, venceu a morte com morte: “Morte, eu serei tua morte!”

No sepulcro vos puseram. Mas os homens tudo esperam.
Do mistério da paixão
Pela Virgem Dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus!

FIM DA PAUSA

(Músicas são tocadas enquanto o corpo de Jesus é levado ao sepulcro e o povo se retira)

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